Formação econômica do Brasil

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Companhia das Letras, 2007 - Business & Economics - 351 pages

Escrito quando Celso Furtado estava na universidade de Cambridge, Formação econômica do Brasil pretendia ser uma introdução à história econômica do Brasil, um afresco, como disse o autor, em que cada segmento tivesse o valor de uma sugestão. O livro foi além. Tornou-se um clássico da historiografia econômica e das ciências sociais.

A tese de doutoramento sobre a economia colonial, defendida na Sorbonne em 1948, e o primeiro ensaio sobre a economia brasileira contemporânea, escrito no ano seguinte, são o ponto de partida do livro mais conhecido de Celso Furtado, publicado em 1959: Formação econômica do Brasil. Quando o escreveu, na Inglaterra, Furtado imaginava explicar o Brasil para os estrangeiros. Acabou explicando para os brasileiros.
O livro que se tornou um marco na historiografia econômica brasileira por pouco não existiria: o manuscrito enviado de Cambridge para a editora brasileira extraviou-se. Por sorte, o microfilme feito de última hora num equipamento precário pôde ser projetado: as quase trezentas páginas escritas à mão foram datilografadas, dessa vez com cópia.
Formação econômica do Brasil apoia-se numa visão derivada tanto da história como da economia. A combinação do método histórico com a análise econômica era, na época, uma novidade. Pela primeira vez, alguém no Brasil fazia historiografia econômica tendo uma sólida formação de economista. O texto se inicia com a análise da ocupação do território brasileiro, comparada também com as colônias do hemisfério norte e das Antilhas. Seguem-se os ciclos do açúcar, da pecuária, do ouro, a ascensão da economia cafeeira, e, no século XX, a crise da cafeicultura e a industrialização, cuja especificidade o autor trata com excepcional clareza.
Em paralelo aos cinco séculos de história econômica, Celso Furtado estuda a evolução da mão-de-obra no Brasil, desde a escravidão até o trabalho assalariado, o dos imigrantes europeus e dos migrantes internos. Na conclusão, aponta os dois desafios a serem enfrentados até o fim do século XX, que guardam plena atualidade: completar a industrialização do país e deter o processo das disparidades regionais.

About the author (2007)

CELSO FURTADO nasceu em 1920, em Pombal, Paraíba. Foi por dez anos economista da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). Criou e dirigiu a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) até 1964. Foi ministro do Planejamento do governo João Goulart e, ao voltar do exílio, ministro da Cultura do governo José Sarney. Por vinte anos foi professor de universidades na Europa e nos Estados Unidos. Escreveu cerca de trinta livros sobre teoria, política e história econômicas, dos quais a Companhia das Letras publicou Formação econômica do Brasil, Criatividade e dependência, A economia latino-americana e Obra autobiográfica. Morreu no Rio de Janeiro em 2004.

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